segunda-feira, 5 de abril de 2010

Foi-se o tempo em que só peixes morriam pela boca (o problema dos agrotóxicos no Brasil)

Segundo pesquisas desenvolvidas pela UFRRJ, o Brasil é um dos 5 maiores consumidores de agrotóxicos do mundo. Das 15 mil formulações de agrotóxicos, 8 mil estão licenciadas no país.

O agricultor brasileiro ainda chama o agrotóxico de remédio das plantas e não conhece o perigo que ele representa para a sua saúde e o meio ambiente.

O uso de agrotóxicos tem causado diversas vítimas fatais, além de abortos, fetos com má-formação, suicídios, câncer, dermatoses e outras doenças. Segundo a OMS, há 20.000 óbitos/ano em consequência da manipulação, inalação e consumo indireto de pesticidas, nos países em desenvolvimento.

O Brasil supera em 7 vezes a média mundial de 0,5 kg/hab de veneno.

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) é o órgão que coordena o Sistema Nacional de Vigilância Toxicológica, regulamentando, analisando, controlando e fiscalizando produtos e serviços que envolvam risco a saúde - agrotóxicos, componentes e afins e outras substâncias químicas de interesse toxicológico.

Ela realiza a avaliação toxicológica para fins de registro dos agrotóxicos e a reavaliação de moléculas já registradas; normatiza e elabora regulamentos técnicos e monografias dos ingredientes ativos dos agrotóxicos; coordena o Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos nos Alimentos (PARA) e a Rede Nacional de Centros de Informação Toxicológica e promove ações de capacitação em toxicologia no Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS).

Em dezembro de 2009 a revista Caros Amigos publicou uma matéria ( "O veneno no pão nosso de cada dia") de denúncia sobre os abusos no uso dos agrotóxicos, e agora o Le Monde Diplomatique Brasil publica uma matéria entitulada Alimentos contaminados. Em ambas as matérias é iluminada a grave questão da contaminação tanto dos agricultores como dos consumidores de alimentos expostos às substâncias ilegais.

Digo ilegais sim, porque se há um órgão regulador e fiscalizador do uso de tais substâncias que identifica que os produtores de alimentos estão abusando do uso das permitidas e até usando as proíbidas, então entendo que essas empresas estejam fora da legalidade do país.

Mesmo assim elas se acham no direito de, defendidas por um sindicato, brigar judicialmente contra o direito do cidadão à informação e o dever da Anvisa de analisar as substâncias e os alimentos submetidos a elas. Enquanto isso, o consumidor que fique atento para não morrer pela boca.

Rede Brasileira Contra os Agrotóxicos

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