sexta-feira, 24 de abril de 2009

Alimentação fora da mesa pode despertar o lado animal dos homens

Richard Wrangham, primatologista e antropólogo, passou quatro décadas observando chimpanzés selvagens na África para analisar o que seu comportamento pode nos dizer sobre os humanos pré-históricos. Agora ele está prestes a publicar outro livro, “Catching fire: how cooking made us human” (Pegando fogo: como cozinhar nos tornou humanos).

Em entrevista, à New York Times, Richard afirma que "nosso cérebro grande e o formato de nossos corpos são o produto de uma rica dieta, apenas disponível depois que nós começamos a cozinhar nossos alimentos. Foi a ação de cozinhar que deu a nossos corpos mais energia do que conseguiríamos anteriormente comendo comida crua".

Tal afirmação deve deixar os crudivoristas arrepiados, mas lembremos de fugir aos radicalismos. Quando não concordamos com alguma afirmação, aí mesmo que devemos ouvir a argumentação até o fim. Podemos descobrir que nós é que estamos equivocados. Richard é vegetariano por não aceitar comer nenhum animal que não seja capaz de matar ele mesmo. A última vez que comeu carne foi quando esteve em experiência em meio aos Chimpanzés e comeu um macaco cru que eles haviam deixado pra trás.

"Com fogueiras comunitárias, alimentos cozidos e uma dieta rica em calorias, o mundo social de nossos ancestrais também mudou. Quando indivíduos eram atraídos a um local específico onde havia uma fogueira, eles passavam muito tempo juntos, em volta do fogo. Isso era claramente um sistema extremamente distinto do estilo errante dos chimpanzés, acostumados a dormir onde quer que fosse, sempre capazes de abandonar um grupo se houvesse qualquer tipo de conflito social. Tínhamos de conseguir olhar um para o outro nos olhos. Não podíamos reagir com impulsividade. Uma vez que se está sentado em volta do fogo, você precisa reprimir emoções reativas capazes, de outra forma, de levar ao caos social. Ao redor daquele fogo, nos tornamos mais mansos".

Esta segunda afirmação também nos leva a refletir sobre nossos hábitos alimentares atuais e a violência urbana. Cada vez mais as famílias deixam de se reunir para fazer as refeições. Cada um faz seu prato, esquenta no microondas e come no seu quarto em frente à TV ou ao computador.

Estaremos nós voltando ao comportamento dos chimpanzés, abandonando nossos grupos ao primeiro sinal de conflito social? Sem o encontro que da fogueira evoluiu para mesa, não precisamos mais nos olhar nos olhos e sem isso deixamos de ser mansos e voltamos à barbárie animal.

Ler e pensar...

Fonte: http://www.nytimes.com/2009/04/21/science/21conv.html?_r=1&scp=1&sq=Richard%20Wrangham&st=cse

2 comentários:

  1. Oi xará. Heheh, entendo como vc se sente em relação ao selinho, eu tbm já passei por isso. O selinho é como se fosse um prêmio ou um desafio. Esse que te mandei é um desafio pra vc colocar 8 coisas que deseja fazer antes de morrer. É bem facinho: é só salvar a imagem no pc e depois colocar no teu blog, na forma de post e se quiser tbm pode colocar como elemento de página (eu tenho feito isso com os meus, mas não é obrigação). Qqer outra dúvida me chame. Beijoss!!!

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