Páscoa significa vida, renascimento. É a comemoração da ressurreição de Cristo. Por isso, o ovo é o seu símbolo, ele é a origem da vida. Ao se ofertar um ovo, se transmite desejos de longevidade e fartura ao presenteado.
Até o século XVIII o costume era distribuir ovos naturais, até que os franceses criaram os ovos de chocolate, que viraram febre no mundo inteiro. Mas ainda hoje há culturas que mantiveram o costume de pintar ovos naturais e ofertá-los aos amigos, parentes e crianças. No Brasil isso é muito comum entre as colônias europeias dos estados do sul.
Já falei da Vó Diva pra vocês. A avó do meu marido, que me ensinou a fazer pão. Pois ela, uma catarinense descendente de portugueses, mantém o costume de nos mandar caixas de ovos de galinha recheados com amendoim doce.
Esses ovos fazem sucesso por onde passam. São, inclusive, uma boa sugestão para envolver crianças numa atividade criativa: durante o ano você deve guardar todas as casquinhas de ovos que conseguir usar, abrindo nelas apenas um furinho numa das estremidades. Lave e deixe-as secar.
Quando chegar a semana da Páscoa reúna as crianças com guache e giz de cera. A Vó Diva usa uma bacia com tinta óleo e água e pinta os ovos só banhando, mas com crianças acho mais interessante o guache.
Esquente o açúcar mascavo numa panela até derreter, depois derrame nela amendoim já torrado e misture bem, como se fosse fazer pé de moleque, só que deixe menos tempo. Tire e coloque para esfriar num tabuleiro. Depois de frio, solte os que ficarem grudados e encha as casquinhas com eles. Tampe o buraco com papel manteiga. Aí vem a melhor parte: distribuir os ovinhos e comer tudo!
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