O Brasil é um país tão grande que fica difícil do brasileiro conseguir visitar todo o seu território em uma vida. Algumas vezes sai mais em conta viajar para fora do país do que para nossos estados vizinhos. De uma cultura diversificada pelas influências dos índios nativos, dos colonizadores, dos negros africanos e dos mais recentes imigrantes desenvolvemos uma culinária das mais variadas do mundo.
Para quem não pode viajar, ter acesso a determinadas iguarias é uma forma de conhecer um pouquinho mais sobre o seu país. E quem pode viajar não pode deixar de provar das delicias regionais.
Começamos nossa viagem pelo Norte do Brasil, a culinária agreste elaborada à base de peixes, destacando-se, no Estado do Amazonas, o pirarucu e o tucunaré. Para os mais ousados há possibilidade de conhecer a cozinha selvagem e saborear jacarés, aves e animais silvestres, como a carne de paca. Após a refeição principal, que inclui, muitas vezes, carne de tartaruga, conheça as frutas típicas ou suas variantes em sorvetes e doces de açaí, cupuaçu, manga, taperebá, graviola e muruçi.
A formação cultural do Nordeste resultou na nossa região mais diversificada em termos gastronômicos. Na Bahia os pratos vindos da África como abarás e acarajés, e até iguanas douradas pelo azeite de dendê são os mais difundidos, além dos pratos à base de peixes dos mais vários tipos, servidos em sopas, escaldados ou cozidos. A cozinha nordestina também oferece pratos exóticos, elaborados com carnes de porco, de cabrito, de carneiro e aves, receitas que vão desde as tripas à sergipana até a carne de sol à Natal, passando pelo xinxim de galinha e pela galinha d’Angola de Teresina.
Ainda no Nordeste, é fundamental provar a feijoada à alagoana, o cozido à baiana, o mocotó e o bobó de inhame. No quesito doces, a tradicional cocada baiana e sorvetes feitos com frutas típicas, como araçá, caju, pitanga, umbu e mangaba não devem ficar de fora do roteiro.
O Sudeste oferece tantos restaurantes de excelência da cozinha mundial, que pouco nos damos conta das suas iguarias típicas. São Paulo conserva suas próprias especialidades, entre elas, a incomum galinha d’Angola à paulista, as empadinhas de Cananéia, o cuscuz paulista e a capivara à caipira. Já na Região dos Lagos, a nordeste do Estado do Rio de Janeiro, pequenos restaurantes oferecem uma fartura de peixes recém pescados. Insuperável, porém, é a carapeba frita, que só perde em tradição para a complexa simplicidade da feijoada carioca criada pelos negros escravos à época colonial.
No Espírito Santo, encontram-se às tortas capixabas, às moquecas de camarão, de peixe, de siri. E em Minas Gerais, talvez dos estados de maior fama da boa culinária caseira, a galinha ao molho pardo, a leitoa pururuca e o tutu de feijão com torresmo e couve picada. Minas vai além, com o feijão tropeiro, o frango com quiabo, o arroz-de-suã e a canjiquinha de milho verde com costela. Isso sem falar do famoso pão de queijo, do queijo de minas e dos doces em calda, cristalizados ou em creme como doce de leite e arroz doce.
Nos estados do Mato Grosso e do Mato Grosso do Sul localizados na Região Centro-Oeste, geograficamente integrada também pelo Estado de Goiás e Brasília, o Distrito Federal, a mesa é farta em pesca. Especialmente o tucunaré, o pintado, o jaú, o dourado e outros peixes de grande porte.
Apesar de a região ser protegida por leis ambientais, que regulam o período permitido à prática da pesca e proíbe a caça durante todo o ano, o viajante poderá encontrar estabelecimentos que burlam a regra a fim de atender os turistas curiosos de tais iguarias exóticas. Pratos à base de caça, elaborados com carne de caitítu, de paca, de veado, de porco do mato e de capivara são os mais oferecidos. Mas não incentivamos esse tipo de consumo que é predador ao meio ambiente. Afinal, assim como no Norte, ali também é possível degustar da carne de jacaré, uma grande aventura para aqueles que desejam uma experiência gastronômica única. Outra aventura culinária igualmente forte, é experimentar carne de cobra. O gosto é semelhante ao de alguns peixes, mas muita gente diz que carne de rã parece com frango e mesmo assim ainda não tive coragem de provar.
Nos estados de forte presença indígena, a farinha aparece em suas mais variadas formas, e é acompanhamento obrigatório de qualquer prato.
Nos três estados do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, há de tudo, para todos os gostos. Churrascos servidos no espeto, pratos à base de frutos do mar, siris, camarões, lagostas, e peixes elaborados ao forno, na brasa e em caldeiradas. Mas o melhor mesmo fica na típica cozinha do interior, com o mocotó de campo, o arroz-de-carreteiro, a roupa velha e o barreado. Marcante, também, são os traços da colonização alemã que permite ao viajante saborear excelentes embutidos e cervejas caseiras.
Agora, com esse breve roteiro gastronômico é só colocar a mochila na costas e sair em busca de aventuras.
segunda-feira, 10 de setembro de 2007
Gororobas do Brasil de Norte a Sul
Postado por Unknown às 15:55
Marcadores: informação nutricional e/ou curiosidades
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Para diagnósticos e receitas procure um médico.
por favor quero a receita da empadinha de cananeia por favor alguem me diz???
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