terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Sorvete terapeutico

O periódico Folha de São Paulo publicou hoje a notícia de que recentemente alguns fabricantes tentam convencer os consumidores de que o sorvete pode combater anemia, gases e insônia, entre outros males.


 Em agosto de 2009, auge do verão europeu, uma grande sorveteria artesanal da Espanha lançou 12 sabores de sorvetes chamados de terapêuticos. O de valeriana, erva-cidreira e tília é indicado para reduzir o estresse; para minimizar gases, é sugerida uma bola do de erva-doce. Na mesma linha, pesquisadores da Nova Zelândia divulgaram em outubro uma pesquisa, em fase de testes clínicos, para o desenvolvimento de um sorvete que ajudaria a combater os efeitos colaterais da quimioterapia. Com o nome Recharge (recarga, em inglês), o produto contém princípios ativos derivados do leite que podem aliviar a diarreia e a falta de apetite dos pacientes que estão em tratamento.

No Brasil, a sorveteria Taperebá, já diferenciada das demais por oferecer sabores bem brasileiros como taberebá, murici, bacuri cupuaçu e graviola; lança nesta semana cinco sabores que prometem ajudar a saúde. "A preocupação em escolher um produto terapêutico é mundial. Acredito que os brasileiros tenham uma vocação maior para se preocupar com a saúde", diz Rogério Hamam, proprietário da sorveteria.

Para estimular o bronzeado, a empresa criou o sorvete de laranja, cenoura e gengibre, com sabor que lembra o suco da fruta com o legume. Contra cãibras, é oferecida uma mistura de banana, graviola e água de coco - a banana e a água de coco contêm potássio, que ajuda a evitar o problema. O de abacate com nozes é indicado para auxiliar na saúde do coração, ao fornecer gorduras monoinsaturadas.

A gelateria italiana Amarena, que já era conhecida por oferecer sorvetes para diabéticos, desenvolveu até sorvete sem lactose para atender àqueles que sofrem de intolerância ao açúcar do leite.

Teóricamente todo sorvete de fruta seria terapêutico, mas ocorre que sorvetes não são feitos só de frutas, e para adquirir determinada consistência a maioria usa gordura vegetal hidrogenada que é um veneno para a saúde. Certifique-se de que o sorvete que está ingerindo não contenha esse tipo de gordura.

Outro perigo é o do consumo excessivo, com o calor, há quem perca a medida do consumo desse tipo de alimento que nutre o corpo e a alma, mas como tudo em excesso, remédio pode virar veneno.


Segundo os fabricantes dos sorvetes ditos terapêuticos, todos são preparados sem gordura do tipo trans e com ingredientes naturais. Em geral, sorvetes cremosos contêm teores elevados de gordura.
O nutrólogo Durval Ribas Filho, presidente da Abran (Associação Brasileira de Nutrologia) freia o entusiasmo na utilização do sorvete como terapia - "O sorvete é um alimento interessante e saudável e é indicado para compor uma dieta equilibrada. Mas entre falar desses benefícios e oferecer uma comprovação científica há léguas de distância", pondera.

Um comentário:

  1. Oi xará heheh
    Faço coro com o Durval. Meu tabalho de conclusão de curso foi elaborar um sorvete com características funcionais (ou seja, de beneficiar o organismo) com adição de soro de leite (para agregar mais proteínas) e fibras solúveis (para melhorar o transito intestinal e como substituto de gordura). Os resultados do ponto de vista tecnológico foram muito satisfatórios, pois consegui alcançar meu objetivo: aumentar proteínas, incluir uma quantidade de fibras que o tornasse rico em fibras e diminuir a quantidade de gordura drasticamente. Mas para que eu lhe afirme e possa vender algum dia esse produto alegando que o mesmo seja funcional (repetindo, que só traz benefícios mas não CURA nada) terei que fazer uma batelada de testes in vitro e in vivo. EU acho importante que a Vigilância Sanitária e Anvisa fiquem de olho nos alimentos que estão sendo desenvolvidos, pois as pessoas podem achar e acreditar que esses produtos realmente podem ter os efeitos a que se propõe. Seria excelente, mas é necessário verificar que a matriz na qual as substâncias terapêuticas se encontram podem ter incompatibilidades farmacotécnicas com os produtos da formulação própria do sorvete. Além disso, são necessários diversos testes que COMPROVEM a QUALIDADE, EFICÁCIA E SEGURANÇA dos mesmos. Porque o produto vai ter que atender regulamento de sorvetes, vai ter que possuir a eficácia que diz ter com quantidade x de substância terapêutica e vai ter que demonstrar através de ensaios clínicos que é seguro, para quem é seguro e em que quantidades é seguro. Porque por mais que o sorvete só leve extrato de "plantinha", tem "plantinha" que é abortiva, que é alucinógena, teratogênica, entre outros. Eu acredito que afirmar que um produto seja terapêutico é muito equivocado, é diferente de funcional. Para que um fabricante diga que seu alimento seja terapêutico, ele além de ser muito ousado, deverá conhecer a fundo legislação de medicamentos, de alimentos, de alimentos funcionais, rotulagem e se envolver plantas ou fármacos, vai ter que envolver legislações disso também, além de testes toxicológicos para comprovar a segurança.Então credito que falte um pouco de discernimento quanto a essas coisas e é necessário ainda muito estudo para daí afirmar que de fato o sorvete ou qualquer outro alimento seja terapêutico.

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O conteúdo aqui publicado é de caráter educacional e preventivo.

Para diagnósticos e receitas procure um médico.